sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Espera ansiosa... pelo NOVO.

Que este novo ano seja o mais novo de todos os anos novos.
É a ansiosa espera pelo NOVO: velha característica do AMOR.

Feliz 2011 para todos!!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O número de Jesus

Poucos sabem. Mas também a Jesus é associado um número. Não é raro que se saiba que o 666 é o número da besta, seja porque foi lido no apocalipse ou porque ouviu algum roqueiro maluco falar que adora "The number of the beast".

Pois bem, ao olhar hoje  as estatísticas do Blog "O AMOR: um SIM; um NÃO: uma TRANSGRESSÃO", fui surpreendido com o número de acessos: 888. Não que isso seja significativo do ponto de vista da popularidade, é claro que não. Por sinal trata-se de uma quantidade muito tímida.

Contudo, senti-me feliz. Não acredito que as coisas acontecem por acaso. Aliás, até acontecem, se chamarmos de acaso o que não pode ser decifrado pela mera razão, mas exige que se reflita com o coração (até rimou...).

Destarte, encontrei-me obrigado a fazer este post, não porque estava eu inspirado ou porque havia acordado meio literário. A propósito, este post é bem singelo, com palavras simples, mas com um escopo demasiado complexo e importante: relembrar Jesus. Afinal, seu aniversário está chegando, e ouvi dizer por aí que ele está bem exigente quanto ao presente pretendido: ele quer de cada um de nós AMOR. E mais, não pede AMOR só para ele. Pede, sobretudo, para que nos amemos entre nós, como um modo de formação do Entre-nós.

E você: por "acaso" vai deixar Jesus sem o presente?


PS: Para quem ficou curioso a respeito do número 888, basta acessar estes dois sites nos quais constam explicações acerca do tema.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Natal de Zaratustra (repensado)


- "Oh amigos! Tenho observado fenômenos dignos de incredulidade..." - disse Zaratustra surpreso.
- "Daqui de cima vejo várias formigas rebeldes. Não querem ajudar umas às outras, sentem-se, pois, suficientemente potentes e aspiram à diferença.
   É isso! Odeiam ser iguais. 'A igualdade é a maior das masmorras', dizem elas.
   Daí que que se fecham tanto em suas profundas subjetividades que se afogam na superficialidade de suas máscaras. Fogem tanto para serem únicas, a despeito de tudo, que se tornam formigas tão parecidas, tão semelhantes, que pouca diferença faz olhar para uma ou para outra.
  Praticamente todas elas trabalham o inverno inteiro e, ao fim, as operárias sentem-se rainhas: milhares, milhões delas. Todas iguais. Iguais no sofrimento, iguais no gozo..."
  Disto isso, Zaratustra fechou os olhos aparentando concentrar-se; uma reflexão precedia um ensinamento.
- "O máximo que estas bestas alcançam é a indiferença. Até nisso são iguais!" Exclamou Zaratustra, que prossegui:
- "Ai de mim! Não me fiz compreender!
   Quando disse que sucumbiria a mim mesmo, quis mostrar-lhes que deveriam desejar ser iguais a mim, o que os tornaria totalmente diferentes. Mas não. Néscias e imotivadas rebeldes! Quiseram ser diferentes de mim e das outras e acabaram iguais. Todas juntas... e solitárias. Sem a águia e o leão, até."
- "Varre de teus olhos o sono e tudo o que é míope e cego! Escuta-me também com teus olhos. Minha voz é um remédio até para os cegos de nascença." - esbravejou o monge.
  Contudo, lá de baixo, as formigas somente ouviram um estrondo (por mais forte que fosse o som, a mensagem de Zaratustra era inaudível) e, voltando os olhos para o alto, mal enxergavam um sutil ponto em movimento, por isso, ignoravam-no.
- "Se pareço pequeno aos vosso olhos, é porque estais... Bem, vós sabeis o resto, mas de que adianta, se não queres me compreender..."

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Felicidade sem certeza

É um simples soneto, sem respeito às regras para a sua formulação, confeccionado durante alguma das (muitas) aulas chatas da faculdade.

Começo a falar de AMOR
sem tristeza no coração.
Adianto, não é nostalgia, de antemão.
Digo sim à felicidade; repudio a dor.

Não é um poema complexo
Sempre contam o AMOR chorando,
eu o emprego amando;
o que difere disso me deixa perplexo.

Traidor ou adocicado.
Eis a dialética do AMOR.
Sem aparência, mas com ardor:
serei eu o amante do AMOR errado?

Warat está vivo

Não posso deixar de exteriorizar a minha tristeza pelo falecimento de Luis Alberto Warat. Isso porque talvez a morte nos deixe despidos com nossas impotências. Entretanto, não é pelo choro e pela lamentação que quero me referir a ele... muito pelo contrário...


WARAT ESTÁ VIVO


Há quem diga, chorosamente: Oh que desastre, Warat morreu.
Eu vos digo: NÃO!

Warat não era só um corpo, Warat é um movimento, um sentimento.
Surrealista que sempre foi, Luis agora continua sendo Luis, continua sendo Luz.
Entretanto, outra forma ele assumiu, mas Luis ou Warat ele nunca deixará de ser; seu surrealismo prova isso.
O relógio de Salvador Dalí é ainda um relógio, por mais que tenha assumido outros contornos.

E mais do que  um relógio, Warat é atemporal; é eterno, como o AMOR.
Revolucionário, transgressor, audacioso, enfim, amoroso. Não poderia ser outro o mentor deste blog.
Devo a Luis muito mais do que a minha curta vida intelectual, devo-lhe muito amor.

Warat, não lhe direi adeus, pois sei que está em forma de sentimento amoroso habitando em nossos corações.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Por um Natal mais pervertido

Esta é pra contrariar quem sempre disse que o Papai Noel era pedófilo.













Se bem que essa aí tem uma cara de menininha...hahahaha

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A história (de Natal) de um menino

Este conto inicia a "saga" de histórias de Natal que aqui serão contadas, sempre trazendo uma reflexão sobre a vida, o amor, as pessoas e as (conturbadas) relações entre elas, sobretudo nessa etapa do ano. Serão postados contos e poesias em forma de fragmentos, não só fragmentos de livros, de textos, mas fragmentos da vida, de observações sobre ela.

(Começa a história...)
Chegada era a temporada natalina. Lá por volta do dia 15 de dezembro e o menino carente continuava a perambular pelas ruas da SUA cidade. Ele nada tinha de patrimônio, mas o bom e justo coração, aliado à visão holística que recebera como dádivas, permitiam-lhe crer que tudo era (também) SEU.

Adorava analisar as pessoas, sobretudo numa época em que elas saem com maior frequência e interagem umas com as outras mais intensamente. Era um psicólogo sem ter sequer estudado a 1ª série do Ensino Fundamental. A genialidade, mais que racional, era sensitiva, emocional.

Cada um que se compadecia com a situação do menino carente oferecia-lhe refeição e vestimentas novas, alguns até brinquedos desejados por milhares de crianças. O menino carente, amável e humilde que era, aceitava o alimento, mas recusava vestes mais belas e brinquedos que, ao invés de lhe lhe fomentarem o sonho, castravam-lhe, porque simbolizavam uma realidade pronta e acabada - e, portanto, imutável.

O que o menino realmente queria era dialogar e DAR abraços em tantas pessoas quantas isso fosse possível. O diálogo representa a reciprocidade ética, uma relação intersubjetiva ente diferentes, mas iguais; e o abraço, ao passo em que é dado, é recebido, e designa a união de irmãos separados por edificações culturais e econômicas. Falar em união não é reduzir a "um", mas, transgredindo a linguagem, trazer a lume o "Entre-nós", e por que não dizer: criar um terceiro (e até um quarto) sujeito que é o "Eu-ético", decorrente da relação do Eu com o Outro.

Contudo, ninguém desejava ouvi-lo. Do mesmo modo não queriam lhe falar de si, afinal em que poderia um pirralho carente contribuir, se a si próprio não havia cuidado adequadamente?

Abraçar-lhe então... que absurdo! O menino era sujo e sujaria de seu insucesso aqueles que o abraçassem, por isso era preciso mantê-lo à distância suficiente para que as atitudes pseudocaritativas pudessem aparecer e enaltecer os seus autores.

E assim prossegui a sua vida: o menino aceitava pão, conversa e abraço; queria alimentar o corpo e o espírito. Enquanto isso, as milhares de pessoas que por ele passavam, indiferentes, estavam afoitas por adquirir um presente para familiares, amigos e para si mesmos. A propósito, sempre voltam-se a si mesmos, mesmo quando presenteiam, porquanto anseiam retribuição.

Aliás, para finalizar sem o fazer e de súbito, indagar é preciso: será carente um adjetivo adequado ao anônimo menino? Serão os presentes a resposta ao problema da existência de seus adquirentes?

PS: Sem verbalizar qualquer resposta, o menino sorri um sorriso jovial e continua de coração e braços abertos à espera de quem o espera.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Segunda (e talvez última) parte de: Espírito e matéria: reflexões de um fantasma em apuros

Quando me contava, Breno deixara escapar que certo desinteresse pela história o acometia. Era perceptível até mesmo uma certa frieza de sua parte, já que considerava meio sem emoção, quase uma trivialidade disfarçada de história importante - parafraseando Warat.

Era uma tarde de um dia qualquer e Breno me contara que há alguns dias coisas esquisitas aconteceram. A primeira delas foi que sentiu uma baforada com fumaça de cigarro em seu rosto de fantasma quando estava prestes a dormir, encerrando suas orações noturnas. Ao abrir os olhos, deu de cara com o vazio. Nada estava à sua frente que fosse possível ver - pelo menos com os seus olhos. Não significa isso, dizia-me Breno, que ninguém estivesse ali, parado ao lado da cama.

Seu quarto é pequeno, e nenhum outro fantasma da espécie de Breno havia fumado naquele local, nem sequer próximo para que a fumaça chegasse até lá. A propósito, havia algum tempo que Breno estava na cama, e até então seu olfato não captara nenhum aroma desagradável qual era o produzido pelo tabaco.

Puxou o ar com força para detectar se era maluquice ou de fato o cheiro permanecia no ambiente: a segunda hipótese preponderou. Digo "preponderou" porquanto Breno olhava de modo aparentemente doentio do ponto de vista psíquico. Com os olhos esbugalhados, mas sem demonstrar medo, a história ia sendo contada.

Disse Breno que certamente era um fantasma de outra dimensão e que apesar de não poder vê-lo, sentiu a presença de alguém diante de si. Além do mais, uma certa movimentação no ar lhe convencia que não estava sozinho. Bastou prosseguir a sua oração, pedindo paz àquele fantasma (mais) debochado (do que Breno) para que o cheiro sumisse.

- Foi embora com o seu fantasma. Disse-me Breno.

Mas dias antes uma forte contração na altura dos ombros lhe atingia. Era uma tensão demasiado intensa que não era passível de eliminação pela prática de certos exercícios e alongamentos (físicos, é claro). Era necessário um exercício fantasmagórico ou espiritual no pleno sentido do termo. Ao que parece as orações e a compreensão dos problemas dos fantasmas que o rodeavam constituíram uma bela prática esportiva...
E assim a conversa ia terminando, não sem antes Breno deixar nas entrelinhas a possibilidade de uma continuação. Sutilmente levou às mãos aos ombros e movimentou a cabeça de um lado para o outro deixando transparecer que alguma dor ou tensão novamente lhe acometiam. Só falta agora as portas internas de seu trabalho abrirem sem que nenhum fantasma de mesma dimensão esteja por perto...

PS: (Talvez seja o último capítulo. "Talvez", pois Breno vive e é imortal: um fantasma imortal - no Amor; daí dizer que capítulos assim possam se repetir, ou nunca mesmo acabar)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Espírito e matéria: reflexões de um fantasma em apuros

Breno era um fantasma desses que andam por aí. Trabalha, estuda, alegra-se e se entristece. Tem ambições e (portanto) carências.
E igual a todos os demais fantasmas de sua espécie, Breno é rodeado por fantasmas que não vê, são fantasmas de outra dimensão, perdidos em busca de luz. Alguns deles podem até falar com ele por formas diversas, mas no geral, Breno somente sente a presença deles. Aliás, é preciso fazer uma correção. A intensidade do sentir e a comunicação por meio de outros fantasmas é muito similar.
É importante lembrar que Breno é um fantasma comum, e que os seus sentidos são limitados. Mais que isso, sua vida é limitada. Ele trabalha, por isso, precisa sair dele e amanhã continuar a história...

(Não percam o próximo capítulo)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ceder ao ódio?

Era uma vez um rapaz
que lutava para ganhar a vida.
Sempre amoroso por mais que ela fosse sofrida,
crente que de tudo o Amor é capaz.

A vida entretanto
do Amor o afastou,
mas ele ainda assim lutou
e não se entregou ao pranto.

Muito menos ao ódio se entregaria
fechar-lhe as portas do coração e expulsá-lo.
Um ato de coragem faria amá-lo,
mesmo sabendo que disso a dor resultaria.

Mas a dor é uma sensação passageira
Maior ela seria sem o Amor
Afinal, viver tem seus percalços malfadados.

Aliás, a vida, por vezes, é também matreira
E se não amasse o próprio ódio ou a dor
Como o rapaz poderia desejar, ele mesmo, ser amado?

Pra quem pensa que tudo tem um preço

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E você: escolhe o quê?

Há um adágio mais do que popular assim expresso: a vida é feita de escolhas. E você, qual vai fazer? Quer mais de uma? Todas? Você escolhe...


















Imagens extraídas de: http://www.abracosgratis.com.br/eu-escolho/

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Abraços Grátis Parte II - ou De como o mundo pode ser abraçado por apenas uma pessoa: você


Uma vez mais utilizando-me deste espaço, reforço a ideia da Campanha "Abraços Grátis" e convido a todos os leitores (eventuais ou assíduos) do Blog "O Amor: um SIM; um NÃO: uma TRANSGRESSÃO" a manifestar sua adesão à sobredita campanha. Isso pode ser feito de várias formas: enviando um e-mail para ever_luis@ymail.com ou chamando para uma conversa no eversilv@hotmail.com, ou ainda, por meio do próprio Blog, no campo "comentários".

Primeiramente a mobilização será virtual, colhendo assinaturas de pessoas dispostas a participar da campanha. Em seguida, a ideia é ir às ruas implementar o "abraçamento" afetivo.
O vídeo acima mostra como começou a "Free Hugs Campaign". É importante, ainda, ressaltar que Juan Mann, considerado uma espécie de idealizador do movimento, foi reprimido por força policial  em razão da referida campanha, de modo que lutou de um modo sublime contra a regra imposta: conseguiu 10.000 assinaturas como forma de legitimar o movimento. Eis um feito amoroso-transgressor. Vamos cultivá-lo?

Quem tiver tempo (menos de 4 minutos) e ao menos um pouco de sentimento no coração, assista tal vídeo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Campanha "Abraços grátis"

Há tempos que venho pensando em promover uma campanha que já não é lá tão original ou tão inovadora. Já existe e foi realizada em vários cantos do mundo. É um movimento denominado de Free Hugs, ou seja, Abraços grátis.
Certamente muitos que agora leem estas linhas conhecem ou pelo menos já ouviram falar desta prática. Várias são as formas de levá-la a efeito, pois que inexiste uma "receita" ou padrões rígidos para a consecução das suas finalidades.
Aliás, quais são estas finalidades? Bem, em primeiro lugar não se tem um propósito exato, pois se o mesmo existisse o movimento perderia o seu caráter afetivo, amistoso e descontraído. Transformar-se-ia numa obrigação - e aqui a lógica é a da transgressão.
Abraçar significa romper com os muros que nos cercam em nosso próprios mundos individuais, permitindo-nos a entrega afetiva ao Outro. O abraço torna duas pessoas uma (Drummond de Andrade), cria o espaço do "Entre-nós" (Levinás). Esta é a dimensão afetiva do abraço.
Ademais, abraçar significa a responsabilidade pelo abraçado, este que inspira cuidado (Fromm). Abraçá-lo representa protegê-lo e, por conseguinte, ser protegido também. Trata-se da dimensão ética do abraço.
Por fim, algumas pesquisas apontam os efeitos positivos que este tão singelo ato proporciona no tocante à saúde: diminui a ansiedade e o stress, revitaliza as energias, combate a depressão, revigora o sistema imunológico etc. Aqui se fala da dimensão terapêutica do abraços. 
Portanto, deixemo-nos levar por este movimento que expressa a mais alta e sincera igualdade entre as pessoas, rompendo com as edificações simbólicas que nos separam uns dos outros em classes de pessoas, como se fôssemos coisas e, assim, passíveis de classificações totalitárias.
(Assistam o vídeo na íntegra e tenham uma noção do que se trata...)


E então: que tal "abraçar" essa ideia? (quem estiver disposto basta avisar)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fragmento de fragmentos de um autor de fragmentos amorosos

“Desacreditada pela opinião moderna, a sentimentalidade do amor deve ser assumida pelo sujeito apaixonado como uma forte transgressão, que o deixa sozinho e exposto; por uma inversão de valores, é pois essa sentimentalidade que faz hoje o obsceno do amor.”
(Roland Barthes in Fragmentos de um discurso amoroso)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Amor que nasce e do qual o novo nasce












Falar de Amor é falar do novo, do inusitado.
De um impulso que nos faz seguir.
É o Amor uma forma de devir,
Um devir que nos deixa assustado.

Outrora pensava eu que em certo tempo tudo acontecia
mas percebi o erro e alcancei a redenção
Não sabia tão bem o que falava, afinal era uma emoção
Aquelas palavras eram, sem querer, uma profecia.

Considerava que o Amor era um sentimento crescente
Já hoje disso estou convicto,
pois mais do que pensamento

Vi que o Amor não é racional, foge à nossa mente.
Por incompreensível, às vezes parece iníquo,
tornando ainda mais belo esse insólito sentimento.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Soneto à Flor de um poeta (que aprendeu a amar)


Sete anos de Amor
a entender dão, tudo acontece
e se o dia escurece
o afeto lhe clareia e dissipa-se o terror.

À poesia dá-se o autor...
Isso, porém, não o enobrece
pois que tal só acontece
quando dá-se ao Amor.

Sobre a vida o poeta faz a glosa.
Mais que isso ele a brinda
Taciturno ou escandaloso, é sempre assim.

Quer ficar com sua rosa
Bela é a vida; a rosa é linda
Agarra-a ali; ela é seu Amor; seu nome: Roseli.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Alguém aí ama a natureza?


Caros amigos, sempre ao falarmos de AMOR lembramos de alguém, ou seja, de uma pessoa. Geralmente a(o) namorada(o) ou, até mesmo, os pais ou irmãos, ou ainda, as(os) amigas(os). Mas esquecemos que fazemos parte de um todo, e este todo é a natureza. Somos a própria natureza. Qualquer posicionamento filosófico-biológico-sociológico-político que diga o contrário é uma anedota (de extremo mau gosto).

Não há separação entre o "reino humano" e o "reino vegetal". Aliás, numa perspectiva amorosa, não há que se falar em "reinos", eis que ao fazê-lo estamos a tomar como pano de fundo o poder, e é dele que pretendemos nos distanciar, ou melhor, aproximar-nos para destruí-lo (amorosamente). É isso mesmo! Imbuídos de AMOR podemos rechaçar o poder delicadamente. A vontade de poder é fruto de uma carência afetiva, isto é, uma (frustrada) tentativa de compensar um vazio de AMOR com outra coisa diametralmente oposta.

Destarte, ao reconhecer que somos natureza, é "irracional" crermos num racionalismo capitalista que diz estar a natureza à nossa disposição, o que justificaria sua exploração para a satisfação dos nossos desejos totalitários, atrelados à vontade de poder.

E essa irracionalidade deve ser obliterada de nossas mentes. Coloquemos nossos cérebros para trabalhar a favor da natureza, a favor de nós mesmos. E o fazendo, cobremos de nossos políticos a preservação ambiental como um modo de atender ao nosso maior anseio: viver feliz. Para tanto, é preciso amor no coração e engajamento político. Daí, junto com o Greenpeace, pergunto-lhes e espero ver este questionamento pela vida reproduzido: O QUE SERRA E DILMA PROPÕEM PARA PROTEGER NOSSAS FLORESTAS E GARANTIR ENERGIA LIMPA?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Postagem para twitter (e Facebook)

É assunto para postar no Facebook ou "piar" no Twitter. Mas já o fiz. Então, o Blog é um local interessante para isso também.

Dia do professor


PS: é o ano inteiro, para quem não teve bons professores, ou não foi um bom aluno...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Como destruir uma filosofia?

Basta criar a televisão: Rousseau e a (viciada) "vontade geral" reviram-se na mesma tumba






É pra rir ou pra chorar?

Outrora escrevia sobre o que Gabriel O Pensador denominou de Masturbação Mental. Agora continuo a apreciar sua obra, mas a partir de outra música sua: É pra rir ou pra chorar?

Em tempos de eleição essa música cai como uma luva às mãos que se sacodem contra o cinismo e a picaretagem que se estabeleceu em nossa política - e não às mãos que se sacodem no carnaval e no resto do ano como se carnaval fosse. Algumas figurinhas carimbadas (mas que também nos carimbam, marcam-nos, como gado) voltam a aparecer na TV ou falar no rádio depois de 04 (quatro) anos de sumiço. Alguns políticos hipócritas poderiam falar: "eu estava trabalhando muito para o progresso de nosso país". Tudo piada (de mau gosto)!!!
E quando falo que é piada provo ao mesmo tempo a ingenuidade e a astúcia do povo brasileiro, pois ao passo em que me coloco na posição daquele que não sabe como reagir à uma piada, também deixo de rir porque algo de perspicaz me impede.
Tal se dá porque a desgraça alheia é sempre motivo de piada, se não fosse, as videocassetadas do Domingão do Faustão não fariam o sucesso que fizeram e fazem. Assim, fica evidente que de um lado o desgraçado chora ou se sente envergonhado pelo erro que comete e que se volta contra ele; e de outro lado está o espectador da cena, que apenas observa e ri.
Com a política alguma coisa de obscuro se opera: sou ator e espectador da mesma cena. Quando um candidato como o "Tiririca" faz graça da política - embora a esteja levando a sério a ponto de construir sua candidatura - asseverando que desconhece que função irá possuir após a sua eventual eleição, ele causa uma vontade de rir. Até aí não há nada de novo - e como precisamos do "novo" em política - , o problema é que simultaneamente o discurso "tiriricano" traz à tona uma tristeza, uma vontade de choro. Choro pela nossa ignorância, que permitiu fazer da política mais um palco de piada, mas de piada sem graça. Sem graça para os eleitores, afinal de contas a desgraça nossa é motivo de riso para os 'nobres' políticos que nos representam.
Destarte, a angústia que nos acomete é certamente decorrente da (pouca) consciência política que possuímos. Ao vermos piadas com os eleitores, ao votarmos em gente que o faz - e a piada não ocorre só com a sátira no horário reservado à propaganda eleitoral, mas a cada vez que o Estado se omite diante das necessidades do povo, a cada vez que a verba destinada à construção de escolas ou hospitais é desviada, etc - , estamos a fazer graça com cada um de nós: contruímos a piada e somos alvo dela. Daí a dúvida: é pra rir ou pra chorar?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Para largar a masturbação mental: manifesto sobre o "novo"



Há algum tempo estava em mais um dia daqueles sem fazer nada de útil, sentado em frente ao computador da Lan House gastando tempo (e dinheiro) para acessar e-mails, orkut, twitter e outras coisas pouco produtivas. Como a monotonia e o silêncio passaram a me incomodar, comecei a ouvir algumas músicas. Conhecia já várias do Gabriel O Pensador, mas me apareceu como novidade uma canção denominada "Masturbação mental".
O nome era deveras interessante. Parecia uma crítica acerba a ser lançada, ou melhor: cantada, e foi. Tal como fez Warat, utilizo-me de um nome já usado para classificar tal melodia, trata-se ela de uma diatribe contra um homem sentado, um manifesto contra a (burra) mesmice, contra a rotina que faz de nossos corpos verdadeiras estátuas olhando para os próprios pés, como aludiu um dia Boaventura de Sousa Santos.
Seu início é intrigante, há um breve diálogo em que o referido cantor é questionado: ô Gabriel, você tá mudando as suas músicas? Ao que ele responde: Não, eu tô musicando as minhas mudanças! Fiquei animado com o que viria, e meu entusiasmo não foi em vão: fui tomado pela (inteligente) letra de tal canção, de modo que ela passou a ser um hino para mim em vários aspectos. Sua aplicação à vida (e ao Direito, para aqueles que com ele labutam) parece óbvia, acaba por desconstruir velhos conceitos, antigas filosofias e arcaicas posturas dogmáticas e pugna por uma renovação, pelo abandono da repetição. Não obstante, trata-se de uma crítica à razão indolente em sua versão proléptica, expressa, sobretudo neste trecho:
Amanhã não sei.
Bola de cristal nunca funcionou comigo porque eu não consigo fazer tudo sempre igual, a não ser que eu tente.
Só que eu nunca tento, sempre invento um movimento cada vez mais diferente.
(...)
Eu já cansei de ouvir o que eu já cansei de ouvir! 4x

Em seguida, surpreende a sinceridade misturada ao vocabulário mais veemente e incomum utilizado, lembrando, ainda que levemente, o grande Bataille com seus palavrões de impacto. Vejam e deleitem-se:
Eu vou gozar, Maria. Eu vou gozar, José.
Eu vou gozar a vida do jeito que eu quiser.
E se eu fizer cagada eu sei lmpar, não vem cagando regra. Na regra que "cê" caga eu vou pisar.
Não vem ditando norma...Pensando bem, tô pensando de outra forma.
Você acha que é loucura, eu acho que é careta.
A vida é muito curta pra ficar nessa punheta.
Pois bem, espero que por mais mal educada que pareça a letra ela possa chamar a atenção de você leitor (e ouvinte) e faça da sua vida uma constante mudança, afeito ao (amoroso pela vida) discurso da impermanência: o discurso do devir.

sábado, 31 de julho de 2010

Sobre a necessidade de escrever (no Blog)


Um sentimento paradoxal agora me acomete...

Ao idelizar o blog, pensava inicialmente em algo que, como o próprio indicou, transgredisse tudo o que fosse possível e plausível de o ser. Entretanto, nesse momento me deparo com uma necessidade: a de escrever alguma coisa que seja (ou ao menos pareça) interessante para a manutenção da própria vida do Blog, algo que o fizesse reviver, como um ato de ressurreição, talvez mais intimamente conectado ao mito da fênix - seria demaisado forçoso (e pecaminoso até) aludir à passagem bíblica cristiana.

Destarte, encontrei-me em uma celeuma consistente na famosa dicotomia desejo X dever. Este como decorrência da necessidade de postar algum conteúdo novo e, aquele edificado a partir de uma contradição em-si: a de nada fazer (desejo indolente) e, simultaneamente, a de publicar um discuros que se mostrasse interessante ao leitor que perde um pedaço de seu parco tempo para ler as besteiras que posto. E nesse emaranhado de infinitas contraposições acabei constatando, finalmente, que estava diante de uma situação de ensinamento (como são todas na vida, embora nem sempre sejamos grandes aprendizes) e, então, encontrei uma "moral da história":


As regras, em sua forma ideal, nascem de nossas necessidades e, por mais que tenhamos que as transgredir (as regras) para alcançarmos tanto quanto possível a libertação, não podemos olvidar de colocar em marcha uma regra fundamental: movimentarmo-nos, tirando a poeira acumulada sobre nossos corpos e cérebros de modo a tornar a vida mais dinâmica, buscando sempre o novo e, assim, transgredindo a regra da imobilidade através de uma outra regra: a de um devir incessante.


Transgredir as regras sempre, por mais que isso se faça por meio de regras de transgressão: a essência desta é a contradição que é a vida, por isso a temática do AMOR na criação do Blog. Ambos podem ser tomados sob esta perspectiva.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Imediatismo sexual

O sexo imita a vida (capitalista)...


Amor & Sexo


Com o título adotado parece que a Rita Lee vai postar no Blog. Só parece, mesmo porque nem sei se ela tem um conta para isso ou, ainda que tenha, se é que ela se interessa.

Pois bem, não é ela que lançará suas ideias artístico-libidinosas aqui, mas sim eu. Aliás, é natural que no início um Blog ele obtenha baixa popularidade, ou até nunca venha a possuí-la de modo satisfatório. Por isso cabe a mim a autoria de todas as postagens - e talvez até de comentários, estes enquanto tentativa frenética de mater "vivo" o Blog. Enfim, não me perderei mais em tergiversações para transmitir um simples recado aos leitores do Blog: em que pese a nomenclatura se referir apenas ao Amor, aqui também é o espaço para se falar, por via direta ou oblíqua, do sexo, já que este se mostra como uma das manifestações de uma das dimensões do AMOR: o Amor Sexual, tão estudado por Schopenhauer.

Portanto, aqueles de olhos (e ouvidos, diria Nietzsche) sensíveis acautelem-se para não se depararem com postagens um tanto quanto eróticas. Digo eróticas porque provavelmente não haverá conteúdo pornográfico. Provavelmente... Entretanto, para os (boçais, segundo a famosa música do Ultraje a Rigor: "Sexo!") que não diferenciam a materialidade de um e outro, tomem cuidado...
PS: Ah, tudo isso é uma piada, afinal de contasinexistirá aqui vídeos ou fotos ou contos pornôs, então: não tomem cuidado algum, deixem-se levar pelas imagens e pelos discursos de amor, pois é para isso que este instrumento de diálogo foi criado: para defender a importância de se deixar ser tomado pelo AMOR, como o próprio AMOR se deixa na obra de Warat.

domingo, 20 de junho de 2010

Apresentação




Caros amigos, colegas, conhecidos, desconhecidos, curiosos, pobres ou ricos, negros, índios, amarelos ou brancos, enfim, todos aqueles que sejam humanos (ou não): a vocês se dedica este Blog. Isso porque aqui está mais um espaço para se falar do AMOR, um sentimento universal. Entretanto, não se pode confundir o universalismo amoroso com as tendências universalizantes que há tempos assolam a vida e, por conseguinte, o AMOR, pois estas exteriorizam a negação da diferença intrínseca às inúmeras classes sociais. A igualdade universal, tipicamente moderna, mais parece indiferença, pois nega tudo aquilo (e todos aqueles) que pode(m) ser insólito(s). Não se olvide do pensamento expresso em palavras de Boaventura de Sousa Santos: Temos o direito a ser iguais sempre que as diferenças nos inferiorizam. Temos o direito a ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza".