quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Espírito e matéria: reflexões de um fantasma em apuros

Breno era um fantasma desses que andam por aí. Trabalha, estuda, alegra-se e se entristece. Tem ambições e (portanto) carências.
E igual a todos os demais fantasmas de sua espécie, Breno é rodeado por fantasmas que não vê, são fantasmas de outra dimensão, perdidos em busca de luz. Alguns deles podem até falar com ele por formas diversas, mas no geral, Breno somente sente a presença deles. Aliás, é preciso fazer uma correção. A intensidade do sentir e a comunicação por meio de outros fantasmas é muito similar.
É importante lembrar que Breno é um fantasma comum, e que os seus sentidos são limitados. Mais que isso, sua vida é limitada. Ele trabalha, por isso, precisa sair dele e amanhã continuar a história...

(Não percam o próximo capítulo)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ceder ao ódio?

Era uma vez um rapaz
que lutava para ganhar a vida.
Sempre amoroso por mais que ela fosse sofrida,
crente que de tudo o Amor é capaz.

A vida entretanto
do Amor o afastou,
mas ele ainda assim lutou
e não se entregou ao pranto.

Muito menos ao ódio se entregaria
fechar-lhe as portas do coração e expulsá-lo.
Um ato de coragem faria amá-lo,
mesmo sabendo que disso a dor resultaria.

Mas a dor é uma sensação passageira
Maior ela seria sem o Amor
Afinal, viver tem seus percalços malfadados.

Aliás, a vida, por vezes, é também matreira
E se não amasse o próprio ódio ou a dor
Como o rapaz poderia desejar, ele mesmo, ser amado?

Pra quem pensa que tudo tem um preço

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E você: escolhe o quê?

Há um adágio mais do que popular assim expresso: a vida é feita de escolhas. E você, qual vai fazer? Quer mais de uma? Todas? Você escolhe...


















Imagens extraídas de: http://www.abracosgratis.com.br/eu-escolho/

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Abraços Grátis Parte II - ou De como o mundo pode ser abraçado por apenas uma pessoa: você


Uma vez mais utilizando-me deste espaço, reforço a ideia da Campanha "Abraços Grátis" e convido a todos os leitores (eventuais ou assíduos) do Blog "O Amor: um SIM; um NÃO: uma TRANSGRESSÃO" a manifestar sua adesão à sobredita campanha. Isso pode ser feito de várias formas: enviando um e-mail para ever_luis@ymail.com ou chamando para uma conversa no eversilv@hotmail.com, ou ainda, por meio do próprio Blog, no campo "comentários".

Primeiramente a mobilização será virtual, colhendo assinaturas de pessoas dispostas a participar da campanha. Em seguida, a ideia é ir às ruas implementar o "abraçamento" afetivo.
O vídeo acima mostra como começou a "Free Hugs Campaign". É importante, ainda, ressaltar que Juan Mann, considerado uma espécie de idealizador do movimento, foi reprimido por força policial  em razão da referida campanha, de modo que lutou de um modo sublime contra a regra imposta: conseguiu 10.000 assinaturas como forma de legitimar o movimento. Eis um feito amoroso-transgressor. Vamos cultivá-lo?

Quem tiver tempo (menos de 4 minutos) e ao menos um pouco de sentimento no coração, assista tal vídeo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Campanha "Abraços grátis"

Há tempos que venho pensando em promover uma campanha que já não é lá tão original ou tão inovadora. Já existe e foi realizada em vários cantos do mundo. É um movimento denominado de Free Hugs, ou seja, Abraços grátis.
Certamente muitos que agora leem estas linhas conhecem ou pelo menos já ouviram falar desta prática. Várias são as formas de levá-la a efeito, pois que inexiste uma "receita" ou padrões rígidos para a consecução das suas finalidades.
Aliás, quais são estas finalidades? Bem, em primeiro lugar não se tem um propósito exato, pois se o mesmo existisse o movimento perderia o seu caráter afetivo, amistoso e descontraído. Transformar-se-ia numa obrigação - e aqui a lógica é a da transgressão.
Abraçar significa romper com os muros que nos cercam em nosso próprios mundos individuais, permitindo-nos a entrega afetiva ao Outro. O abraço torna duas pessoas uma (Drummond de Andrade), cria o espaço do "Entre-nós" (Levinás). Esta é a dimensão afetiva do abraço.
Ademais, abraçar significa a responsabilidade pelo abraçado, este que inspira cuidado (Fromm). Abraçá-lo representa protegê-lo e, por conseguinte, ser protegido também. Trata-se da dimensão ética do abraço.
Por fim, algumas pesquisas apontam os efeitos positivos que este tão singelo ato proporciona no tocante à saúde: diminui a ansiedade e o stress, revitaliza as energias, combate a depressão, revigora o sistema imunológico etc. Aqui se fala da dimensão terapêutica do abraços. 
Portanto, deixemo-nos levar por este movimento que expressa a mais alta e sincera igualdade entre as pessoas, rompendo com as edificações simbólicas que nos separam uns dos outros em classes de pessoas, como se fôssemos coisas e, assim, passíveis de classificações totalitárias.
(Assistam o vídeo na íntegra e tenham uma noção do que se trata...)


E então: que tal "abraçar" essa ideia? (quem estiver disposto basta avisar)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fragmento de fragmentos de um autor de fragmentos amorosos

“Desacreditada pela opinião moderna, a sentimentalidade do amor deve ser assumida pelo sujeito apaixonado como uma forte transgressão, que o deixa sozinho e exposto; por uma inversão de valores, é pois essa sentimentalidade que faz hoje o obsceno do amor.”
(Roland Barthes in Fragmentos de um discurso amoroso)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Amor que nasce e do qual o novo nasce












Falar de Amor é falar do novo, do inusitado.
De um impulso que nos faz seguir.
É o Amor uma forma de devir,
Um devir que nos deixa assustado.

Outrora pensava eu que em certo tempo tudo acontecia
mas percebi o erro e alcancei a redenção
Não sabia tão bem o que falava, afinal era uma emoção
Aquelas palavras eram, sem querer, uma profecia.

Considerava que o Amor era um sentimento crescente
Já hoje disso estou convicto,
pois mais do que pensamento

Vi que o Amor não é racional, foge à nossa mente.
Por incompreensível, às vezes parece iníquo,
tornando ainda mais belo esse insólito sentimento.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Soneto à Flor de um poeta (que aprendeu a amar)


Sete anos de Amor
a entender dão, tudo acontece
e se o dia escurece
o afeto lhe clareia e dissipa-se o terror.

À poesia dá-se o autor...
Isso, porém, não o enobrece
pois que tal só acontece
quando dá-se ao Amor.

Sobre a vida o poeta faz a glosa.
Mais que isso ele a brinda
Taciturno ou escandaloso, é sempre assim.

Quer ficar com sua rosa
Bela é a vida; a rosa é linda
Agarra-a ali; ela é seu Amor; seu nome: Roseli.