quinta-feira, 24 de março de 2011

Fragmentos de subjetividade - ou (simplesmente) saudades...


Passado mais de um mês sem escrever nada no Blog, senti-me nostálgico, quase um saudosista, como se manter o meu amigo cibernético vivo não fosse uma realidade evidente, ou pelo menos provável - sequer possível, eu diria.

Por mais que pareça um exagero - e talvez o seja - a cada dia que deixava de acessar meu próprio endereço no mundo virtual, parecia que o sendeiro de meu "lar" (espaço da minha subjetividade) era apagado no mundo real.

Para ser mais exato, o caminho não se apagava, mas era tomado por folhagens e cipós que, não sendo destruídos pelo repetitivo vaivém da vida a mim mesmo, tornavam-no de acesso (retorno) mais difícil.

Por isso, uma necessidade inconsciente fez com que eu criasse (inconscientemente) novas trilhas, "carreirinhos" mesmo, em busca da subjetividade perdida. Perdida? agora sim exagerei! É que a subjetividade tem uma força que a impulsiona a se exteriorizar. Ser taciturno, ao invés de de desdizê-la, ratifica-a, pois se esconder é também seu modo de expressão.

Confesso que hoje reencontrei o que eu tomava por subjetividade depois de andar pela mesma estrada de outrora. Estava com saudades daquilo que sempre conheci, daquilo que cultivei, daquilo que fui e daquilo que, de certa forma, estou sendo. Mas tenho saudades também dos novos caminhos. Aliás descobri que a subjetividade não se encontra, não se permite encontrar: ela é o próprio trajeto.

Bem, quedo-me nostálgico já daquilo que serei a partir dos inúmeros caminhos, das inúmeras subjetividades rizomáticas que estão e que virão. Saudades de tudo do "labirinto subjetivo" que construí, mas saudades mesmo, para dizer com Renato Russo: de tudo o que eu ainda não vi...