sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Espera ansiosa... pelo NOVO.

Que este novo ano seja o mais novo de todos os anos novos.
É a ansiosa espera pelo NOVO: velha característica do AMOR.

Feliz 2011 para todos!!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O número de Jesus

Poucos sabem. Mas também a Jesus é associado um número. Não é raro que se saiba que o 666 é o número da besta, seja porque foi lido no apocalipse ou porque ouviu algum roqueiro maluco falar que adora "The number of the beast".

Pois bem, ao olhar hoje  as estatísticas do Blog "O AMOR: um SIM; um NÃO: uma TRANSGRESSÃO", fui surpreendido com o número de acessos: 888. Não que isso seja significativo do ponto de vista da popularidade, é claro que não. Por sinal trata-se de uma quantidade muito tímida.

Contudo, senti-me feliz. Não acredito que as coisas acontecem por acaso. Aliás, até acontecem, se chamarmos de acaso o que não pode ser decifrado pela mera razão, mas exige que se reflita com o coração (até rimou...).

Destarte, encontrei-me obrigado a fazer este post, não porque estava eu inspirado ou porque havia acordado meio literário. A propósito, este post é bem singelo, com palavras simples, mas com um escopo demasiado complexo e importante: relembrar Jesus. Afinal, seu aniversário está chegando, e ouvi dizer por aí que ele está bem exigente quanto ao presente pretendido: ele quer de cada um de nós AMOR. E mais, não pede AMOR só para ele. Pede, sobretudo, para que nos amemos entre nós, como um modo de formação do Entre-nós.

E você: por "acaso" vai deixar Jesus sem o presente?


PS: Para quem ficou curioso a respeito do número 888, basta acessar estes dois sites nos quais constam explicações acerca do tema.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Natal de Zaratustra (repensado)


- "Oh amigos! Tenho observado fenômenos dignos de incredulidade..." - disse Zaratustra surpreso.
- "Daqui de cima vejo várias formigas rebeldes. Não querem ajudar umas às outras, sentem-se, pois, suficientemente potentes e aspiram à diferença.
   É isso! Odeiam ser iguais. 'A igualdade é a maior das masmorras', dizem elas.
   Daí que que se fecham tanto em suas profundas subjetividades que se afogam na superficialidade de suas máscaras. Fogem tanto para serem únicas, a despeito de tudo, que se tornam formigas tão parecidas, tão semelhantes, que pouca diferença faz olhar para uma ou para outra.
  Praticamente todas elas trabalham o inverno inteiro e, ao fim, as operárias sentem-se rainhas: milhares, milhões delas. Todas iguais. Iguais no sofrimento, iguais no gozo..."
  Disto isso, Zaratustra fechou os olhos aparentando concentrar-se; uma reflexão precedia um ensinamento.
- "O máximo que estas bestas alcançam é a indiferença. Até nisso são iguais!" Exclamou Zaratustra, que prossegui:
- "Ai de mim! Não me fiz compreender!
   Quando disse que sucumbiria a mim mesmo, quis mostrar-lhes que deveriam desejar ser iguais a mim, o que os tornaria totalmente diferentes. Mas não. Néscias e imotivadas rebeldes! Quiseram ser diferentes de mim e das outras e acabaram iguais. Todas juntas... e solitárias. Sem a águia e o leão, até."
- "Varre de teus olhos o sono e tudo o que é míope e cego! Escuta-me também com teus olhos. Minha voz é um remédio até para os cegos de nascença." - esbravejou o monge.
  Contudo, lá de baixo, as formigas somente ouviram um estrondo (por mais forte que fosse o som, a mensagem de Zaratustra era inaudível) e, voltando os olhos para o alto, mal enxergavam um sutil ponto em movimento, por isso, ignoravam-no.
- "Se pareço pequeno aos vosso olhos, é porque estais... Bem, vós sabeis o resto, mas de que adianta, se não queres me compreender..."

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Felicidade sem certeza

É um simples soneto, sem respeito às regras para a sua formulação, confeccionado durante alguma das (muitas) aulas chatas da faculdade.

Começo a falar de AMOR
sem tristeza no coração.
Adianto, não é nostalgia, de antemão.
Digo sim à felicidade; repudio a dor.

Não é um poema complexo
Sempre contam o AMOR chorando,
eu o emprego amando;
o que difere disso me deixa perplexo.

Traidor ou adocicado.
Eis a dialética do AMOR.
Sem aparência, mas com ardor:
serei eu o amante do AMOR errado?

Warat está vivo

Não posso deixar de exteriorizar a minha tristeza pelo falecimento de Luis Alberto Warat. Isso porque talvez a morte nos deixe despidos com nossas impotências. Entretanto, não é pelo choro e pela lamentação que quero me referir a ele... muito pelo contrário...


WARAT ESTÁ VIVO


Há quem diga, chorosamente: Oh que desastre, Warat morreu.
Eu vos digo: NÃO!

Warat não era só um corpo, Warat é um movimento, um sentimento.
Surrealista que sempre foi, Luis agora continua sendo Luis, continua sendo Luz.
Entretanto, outra forma ele assumiu, mas Luis ou Warat ele nunca deixará de ser; seu surrealismo prova isso.
O relógio de Salvador Dalí é ainda um relógio, por mais que tenha assumido outros contornos.

E mais do que  um relógio, Warat é atemporal; é eterno, como o AMOR.
Revolucionário, transgressor, audacioso, enfim, amoroso. Não poderia ser outro o mentor deste blog.
Devo a Luis muito mais do que a minha curta vida intelectual, devo-lhe muito amor.

Warat, não lhe direi adeus, pois sei que está em forma de sentimento amoroso habitando em nossos corações.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Por um Natal mais pervertido

Esta é pra contrariar quem sempre disse que o Papai Noel era pedófilo.













Se bem que essa aí tem uma cara de menininha...hahahaha

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A história (de Natal) de um menino

Este conto inicia a "saga" de histórias de Natal que aqui serão contadas, sempre trazendo uma reflexão sobre a vida, o amor, as pessoas e as (conturbadas) relações entre elas, sobretudo nessa etapa do ano. Serão postados contos e poesias em forma de fragmentos, não só fragmentos de livros, de textos, mas fragmentos da vida, de observações sobre ela.

(Começa a história...)
Chegada era a temporada natalina. Lá por volta do dia 15 de dezembro e o menino carente continuava a perambular pelas ruas da SUA cidade. Ele nada tinha de patrimônio, mas o bom e justo coração, aliado à visão holística que recebera como dádivas, permitiam-lhe crer que tudo era (também) SEU.

Adorava analisar as pessoas, sobretudo numa época em que elas saem com maior frequência e interagem umas com as outras mais intensamente. Era um psicólogo sem ter sequer estudado a 1ª série do Ensino Fundamental. A genialidade, mais que racional, era sensitiva, emocional.

Cada um que se compadecia com a situação do menino carente oferecia-lhe refeição e vestimentas novas, alguns até brinquedos desejados por milhares de crianças. O menino carente, amável e humilde que era, aceitava o alimento, mas recusava vestes mais belas e brinquedos que, ao invés de lhe lhe fomentarem o sonho, castravam-lhe, porque simbolizavam uma realidade pronta e acabada - e, portanto, imutável.

O que o menino realmente queria era dialogar e DAR abraços em tantas pessoas quantas isso fosse possível. O diálogo representa a reciprocidade ética, uma relação intersubjetiva ente diferentes, mas iguais; e o abraço, ao passo em que é dado, é recebido, e designa a união de irmãos separados por edificações culturais e econômicas. Falar em união não é reduzir a "um", mas, transgredindo a linguagem, trazer a lume o "Entre-nós", e por que não dizer: criar um terceiro (e até um quarto) sujeito que é o "Eu-ético", decorrente da relação do Eu com o Outro.

Contudo, ninguém desejava ouvi-lo. Do mesmo modo não queriam lhe falar de si, afinal em que poderia um pirralho carente contribuir, se a si próprio não havia cuidado adequadamente?

Abraçar-lhe então... que absurdo! O menino era sujo e sujaria de seu insucesso aqueles que o abraçassem, por isso era preciso mantê-lo à distância suficiente para que as atitudes pseudocaritativas pudessem aparecer e enaltecer os seus autores.

E assim prossegui a sua vida: o menino aceitava pão, conversa e abraço; queria alimentar o corpo e o espírito. Enquanto isso, as milhares de pessoas que por ele passavam, indiferentes, estavam afoitas por adquirir um presente para familiares, amigos e para si mesmos. A propósito, sempre voltam-se a si mesmos, mesmo quando presenteiam, porquanto anseiam retribuição.

Aliás, para finalizar sem o fazer e de súbito, indagar é preciso: será carente um adjetivo adequado ao anônimo menino? Serão os presentes a resposta ao problema da existência de seus adquirentes?

PS: Sem verbalizar qualquer resposta, o menino sorri um sorriso jovial e continua de coração e braços abertos à espera de quem o espera.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Segunda (e talvez última) parte de: Espírito e matéria: reflexões de um fantasma em apuros

Quando me contava, Breno deixara escapar que certo desinteresse pela história o acometia. Era perceptível até mesmo uma certa frieza de sua parte, já que considerava meio sem emoção, quase uma trivialidade disfarçada de história importante - parafraseando Warat.

Era uma tarde de um dia qualquer e Breno me contara que há alguns dias coisas esquisitas aconteceram. A primeira delas foi que sentiu uma baforada com fumaça de cigarro em seu rosto de fantasma quando estava prestes a dormir, encerrando suas orações noturnas. Ao abrir os olhos, deu de cara com o vazio. Nada estava à sua frente que fosse possível ver - pelo menos com os seus olhos. Não significa isso, dizia-me Breno, que ninguém estivesse ali, parado ao lado da cama.

Seu quarto é pequeno, e nenhum outro fantasma da espécie de Breno havia fumado naquele local, nem sequer próximo para que a fumaça chegasse até lá. A propósito, havia algum tempo que Breno estava na cama, e até então seu olfato não captara nenhum aroma desagradável qual era o produzido pelo tabaco.

Puxou o ar com força para detectar se era maluquice ou de fato o cheiro permanecia no ambiente: a segunda hipótese preponderou. Digo "preponderou" porquanto Breno olhava de modo aparentemente doentio do ponto de vista psíquico. Com os olhos esbugalhados, mas sem demonstrar medo, a história ia sendo contada.

Disse Breno que certamente era um fantasma de outra dimensão e que apesar de não poder vê-lo, sentiu a presença de alguém diante de si. Além do mais, uma certa movimentação no ar lhe convencia que não estava sozinho. Bastou prosseguir a sua oração, pedindo paz àquele fantasma (mais) debochado (do que Breno) para que o cheiro sumisse.

- Foi embora com o seu fantasma. Disse-me Breno.

Mas dias antes uma forte contração na altura dos ombros lhe atingia. Era uma tensão demasiado intensa que não era passível de eliminação pela prática de certos exercícios e alongamentos (físicos, é claro). Era necessário um exercício fantasmagórico ou espiritual no pleno sentido do termo. Ao que parece as orações e a compreensão dos problemas dos fantasmas que o rodeavam constituíram uma bela prática esportiva...
E assim a conversa ia terminando, não sem antes Breno deixar nas entrelinhas a possibilidade de uma continuação. Sutilmente levou às mãos aos ombros e movimentou a cabeça de um lado para o outro deixando transparecer que alguma dor ou tensão novamente lhe acometiam. Só falta agora as portas internas de seu trabalho abrirem sem que nenhum fantasma de mesma dimensão esteja por perto...

PS: (Talvez seja o último capítulo. "Talvez", pois Breno vive e é imortal: um fantasma imortal - no Amor; daí dizer que capítulos assim possam se repetir, ou nunca mesmo acabar)