quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mais "coisinhas" sobre a felicidade...

Tantas coisas tristes, tantas coisas alegres, tantas coisas... assim é a vida, assim é a felicidade e o Amor...

Outra vez comecei com a mesma frase. Sim, novamente não encontrei um pensamento de impacto para atrair a atenção do leitor ao novo post. Também não procurei muito. Pra ser sincero não procurei nada. Achei mais cômodo começar com uma frase já dita e estabelecer, ainda que arbitrariamente, uma ligação com outra postagem. Espero que dê certo.

Em nossas vidas "coisas" acontecem. Tais "acontecimentos de coisas" podem ser entendidos como fenômenos. Por vezes nos alegram, por vezes nos entristecem. [Aqui uma pausa é necessária: o texto ao que parece caminha em direção a uma "meninice" superficial tremenda. Aparenta digno de ser colocado em "Frases para o orkut" ou em "caderno de confidências" (lembra disso?).]

É... mas a vida é assim. Sendo bem franco, a felicidade se constitui disso. Ela é um fenômeno decorrente ou resultante do equilíbrio entre outras duas espécies de fenômenos: os alegres e os tristes.

Frequentemente felicidade e alegria são tomadas como termos permutáveis. Aliás, como fenômenos de tal estirpe. Trata-se de uma incorreção.

A alegria é um elemento, ou melhor, é um fenômeno causador de euforia e agitação.
A tristeza, por sua vez, é um fenômeno tipicamente introspectivo. Ao contrário da alegria, ela se fecha, ou faz com que aquele que a sente o faça.

Já a felicidade é algo bem diferente. Pode a um passo ser expansiva, escandalosa, mas a outro tímida e serena. Por felicidade entendo a equalização da tristeza e da alegria. Numa linguagem budista, tratar-se-ia do Caminho do Meio, isto é, a representação do equilíbrio.

Não é à toa que quando estamos muito alegres, até mesmo uma "unhazinha" encravada logo nos acomete com uma força tamanha que nos quedamos tristes. É uma vontade (inconsciente) nossa. Almejar a tristeza para alcançar a felicidade. Daí é que algumas pessoas dizem que nada na vida pode tomar um rumo e seguir sem paradas. Por óbvio, este vaivém frenético intrínseco à vida (aliás é com um vaivém desses que ela surge) é um fenômeno de fenômenos que preside as alternações alegria-tristeza ou oscilações de energia do eu-cósmico.

Portanto, é preciso entendermos a tristeza não como uma contradição para com a felicidade, mas, ao revés, entendê-la como um elemento inerente à esta. Contudo, uma advertência é plausível: não cultive a pusilanimidade fomentando para si a tristeza, deseje-a como um ensinamento e um ponto de equilíbrio, apenas. O que lhe digo é para buscar o equilíbrio, não para cair em desespero, posto que o adoecimento oriundo da forte tristeza só ocorre quando os limites da justa medida são ultrapassados. Como saber quando se chegou ao limite? Também não sei. Busco diuturnamente sabê-lo... A única coisa que sei, é que tudo o que acabei de dizer é verdade - para mim, ao menos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tantas coisas tristes, tantas coisas alegres, tantas coisas... Assim é a vida, assim é a felicidade e o Amor...

Tantas coisas tristes, tantas coisas alegres, tantas coisas... Assim é a vida, assim é a felicidade e o Amor...

Tive que começar o texto com o título. Não achei nada melhor. Não me sinto muito criativo hoje, um pouco literário, mas não criativo.

Poderia falar de muitas coisas, muitas mesmo. Mas de que adiantaria? O post seria enorme e ninguém leria. Alias, hoje ninguém leu meu Blog, além de mim. É isso mesmo. Quando o acessei hoje e pesquisei suas estatísticas vi que nenhuma boa alma o havia encontrado ou por ele se interessado.

Coisas da vida. Uma das coisas tristes, diga-se, por oportuno. A vida é assim, acometida a todo instante por infortúnios.

As obrigações... ah, as obrigações. Como me corroem! Lançam-me contra meu próprio Eu libertário. Mas que é uma vida sem elas? Que é a liberdade sem elas? Talvez mais um florido obituário. Pouco importa. Se bem que muito importa...

Como posso querer a transgressão se não desejo a regra ou a obrigação? Cá entre nós: "elas são ruins, muito ruins." Porém, boas ou ruins, isso não importa mesmo. O que vale é perceber que os grilhões só oprimem para que possamos nos desvencilhar deles, e não nos tornemos escravos da nossa liberdade. É verdade!

Por falar nisso, a "verdade" é o quê? É a aparência aos olhos de quem vê. Pobre rima, diria até lamentável se no fundo não fosse amável.

Bem, acho que o título fala mais do que as palavras que o tentaram descrever, por isso é que um novo post se aproxima e grita antes mesmo de nascer. Felicidade!!! O que se falará depois é a mais pura verdade, pelo menos para mim. Simples assim...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Paráfrase à "Ode à alegria" - ou de como um transeunte se tornou indelével

Este pequeno conto foi inspirado em inúmeros fatos e informações, reais ou hipotéticos. Para que seja melhor  compreendido seria importante primeiramente assistir ao pequeno vídeo incluso; em seguida, fazer a leitura do conto e, ao final, apreciar um trecho da ode An die Freude ("À alegria"), escrita por Friedrich Schiller e utilizada por Ludwig van Beethoven em sua nona Sinfonia.




Um dia desses, Breno - aquele fantasminha que outrora estava em apuros - caminhava tranquilamente pelas ruas de sua pacata cidade quando encontrou um transeunte. Era um amigo seu.
Foi então que Breno o indagou:
- Caro Transeunte, como estás? - Breno sabia que há tempos seu amigo andava triste e taciturno.
- Estou, ou melhor, agora sou INDELÉVEL!!! Respondeu o amigo.
Feliz pela alegria estampada no rosto de Transeunte, Breno perguntou-lhe:
- Mas como foi possível isso, caro irmão?
Foi então que Transeunte Indelével repetiu a resposta que havia dado a um outro amigo:
- Simples! Apenas seja você mesmo, fazendo o certo e agindo de acordo com os preceitos da boa fé, de crença em Deus e nos outros. Nunca faça o mal, e ajude aquele que por ventura, tenha lhe feito o mal.
Breno não pôde esconder a alegria que agora o acometia e disse:
- Eu sabia que no tempo devido você mudaria de tom e, tomando a vida como uma sinfonia de Beethoven, entoaria algo mais prazeroso e alegre. A centelha divina hoje brota em seu coração e se mostra no brilho de seus olhos. Não tenho dúvidas de que você agora se irmana com seus iguais (e diferentes também). De braços dados com as pessoas e com o Amor, você conquistou o maior tesouro: o de ser o amigo de um amigo, aumentando sua rede de afetos. Tudo isso porque soube apreciar a humanidade do humano e aprendeu a ter calma...
O Transeunte Indelével gostara das palavras que agraciaram seus ouvidos, e decidira não dizer nada. Aliás, ouvir passara a ser uma importante ferramenta para compor e mudar o tom de suas músicas. Mais que Beethoven, ele contara com a audição para construir a sua própria Sinfonia.
- ...Digo-lhe, querido amigo, assim como o faço para todos que queiram ouvir:


Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!


Foi assim que Breno gritou aos quatro ventos, esperando salvar uma alma que passasse por perto, ainda que uma única alma e, então, rejubilar-se amorosamente com a vida e com Deus.


PS:


Letra da 9ª Sinfonia de Beethoven emalemão
Baixo
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!
BaixoQuarteto e coro
Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer's nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund!
Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott.
Tenor e coro
Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt'gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.
Coro
Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!
Brüder, über'm Sternenzelt
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such' ihn über'm Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen.

Letra da 9ª Sinfonia de Beethoven emportuguês
Baixo
Ó, amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
BaixoQuarteto e coro
Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Tenor e coro
Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Coro
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!









sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Um diálogo de gerações: em busca da felicidade

Afoito, o jovem e bem sucedido empresário, que contava com uma conta bancária recheada de reais chegou até à uma casa onde eram vendidos produtos fitoterápicos e foi logo dizendo o que queria:
- Caro Sr., sei de sua fama e de sua competência. Sei também, que é uma pessoa extremamente feliz. Disso concluí que há algum mistério em sua vida que jamais foi revelado, e talvez a resposta resida justamente naquilo que mais sabe fazer...
O proprietário da residência, um Sr. de aproximadamente 88 anos e ascendência oriental ouvia as palavras do jovem enquanto regava seu quintal, tendo aparentado certa discordância em relação às mesmas em seu início, mas uma concordância ao final.
- Então... gostaria de comprar a planta, a fórmula ou seja lá o que for que o permite ser tão feliz - prosseguiu o jovem.
O ancião esboçou uma resposta mas foi interrompido:
- Antes quero esclarecer que estou disposto a recompensá-lo muito bem, entendeu? Muito bem pelo que tem a me receitar.
O velho não se conteve e deixou escapar um sorriso que mesclava certa sabedoria mas tinha um ar pueril, inocente. Em seguida disparou:
- Antes, rapaz, diga-me: qual é o valor da sua vida? Sem deixar qualquer resposta ser dada, continuou: - Quanto custa a vida de seus pais, de sua esposa, de seus filhos, de seus amigos?!
Ao que o jovem  replicou:
- Não há preço, Sr. Jamais poderia colocar preço em algo tão fundamental, a amizade, a família, o amor. Mas não é isso que pretendo comprar. Quero a felicidade. E reitero, pagarei uma soberba soma para tê-la.
Com toda a sua sapiência, o ancião, tendo coçado a sua grisalha barba por alguns segundos e refletido sobre o preparo do mancebo para o recebimento da resposta, asseverou:
- "VIVER FELIZ" é um pleonasmo!!! Nunca esqueça disso! Esta é a minha fórmula da felicidade, utilize-a como quiser. Mas ela só funcionará quando compreendê-la e aplicá-la com perfeição...
Pasmo, o jovem silenciou e dois minutos depois levantou-se em direção à saída. Não sem antes tropeçar (nas palavras):
- Que sabedoria... peça-me a quantia que desejar.
- Tsc tsc! - lamentou o velho. E prosseguiu:
- Dê-me um forte abraço, menino.
Sem entender bem, o "moleque" vestido com um terno caríssimo atendeu ao pedido e ouviu o sussurro do sábio:
- "Vá e viva!" Isso será o suficiente para o seu aprendizado...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Poligamia não-amorosa

Este é mais um simples soneto, sem respeito às regras para a sua formulação, confeccionado durante alguma das (muitas) aulas chatas da faculdade.


Não preciso amar uma só pessoa,
devo amar com carinho e inspirar confiança
Com brilho nos olhos e muita esperança
Sem viver a vivendo à toa.

Amo sem segredo
e não abro mão do mistério.
Sem jogá-lo no cemitério
exorcizo fantasmas que me causavam medo

O Amor enquanto tal não se fecha
Ao contrário é aberto
Não possui um só amado certo
Amo mais o Amor quando me beija.




Apresento-lhes a poligamia não-amorosa
Aquela que gera dor
Decorre da cegueira que impede amar o Amor
Nela o sujeito não ama, apenas goza.