sexta-feira, 13 de julho de 2012

"J'Aime a nouveau" alcoólico

Bela noite de sexta-feira.
Sexta-feira treze.
Enfurnado no escritório, neste
locus onde permaneço uma semana... uma vida inteira.

Talvez (ou peaut-être)
o lugar onde
a poesia se esconde,
e faz de mim um mestre.

Um mestre das artes que nem eu sei
de uma poética que me toma
quando a rotina não me amola.
Um espaço onde, de olhos fechados, vejo bem.

É "o" (ou "um") recanto de solidão
cercado de gente e de mim mesmo
fujo a esmo,
do totalitarismo de um vício de balcão.

Um canto de bar,
faço o que quiser.
Um lugar é
aquilo que eu desejar.

Basta devanear ou, ainda,
o transformar.
Posso tudo o que tentar,
mas permaneço o mesmo enquanto a vida finda.

O alcoól me embriagou,
ouvi J'aime à Nouveau,
cedi à tentação, de transgredir
as regras da composição e de partir
de um (velho) ponto chegando ao qual sempre vou.

Lembrei-me de Roseli, lembrei-me de Sofia.
Fiz daqui,
Fiz de um dia.
Uma maluquice assim:

Cheia de "não-sei(s)"
e repleta de saudades.
Imbuído da vontade,
de ser um só, sermos três.

Repentinamente:

Adeus...
(um modo forçado de dizer: "ao acaso";
o linguisticamente raso,
jeito de dizer "a Deus").

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